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Investimento Social Privado também é para os pequenos


Artigo publicado originalmente na Revista Problemas Brasileiros Edição Especial COP30

Por Paula Fabiani, CEO do IDIS

Construir uma sociedade mais justa passa, necessariamente, pelo fortalecimento da responsabilidade social corporativa. Nesse contexto, o Investimento Social Privado (ISP) surge como uma ferramenta essencial para canalizar recursos para causas socioambientais e gerar impacto positivo. E embora ainda persista a ideia de que apenas grandes empresas têm estrutura para isso, o ISP também é possível — e necessário — para Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs).

Essa é uma das reflexões da quarta edição do relatório Perspectivas para a filantropia no Brasil, do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS). O estudo destaca o envolvimento crescente de MPMEs em ações de ISP, desmistificando a lógica de que filantropia corporativa é território exclusivo de grandes corporações.

Há bons exemplos nesse cenário. A Métrica.Social, pequena empresa de tecnologia, aderiu ao movimento Compromisso 1% — iniciativa do IDIS e do Instituto MOL —, comprometendo-se a doar, em até dois anos, 1% de seus lucros para causas socioambientais. Já a Braúna, empresa de fruticultura do norte de Minas Gerais, estruturou a sua estratégia de ISP com o apoio do IDIS e estabeleceu a meta de investir até 25% de seus lucros no desenvolvimento da comunidade local.

Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), as MPMEs respondem por mais de 55% dos empregos formais e cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Ainda assim, a atuação dessas empresas no ISP é pouco mapeada e incentivada. O Compromisso 1% surge como um instrumento potente para ampliar a participação desse segmento, convidando empresas de diferentes portes a destinarem 1% de seu lucro líquido anual para organizações da sociedade civil.

Além disso, mudanças no cenário regulatório — como a Resolução 193 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a legislação europeia Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD) — devem estimular ainda mais o engajamento das MPMEs, especialmente as inseridas em cadeias produtivas globais.

Mais do que impacto social, o ISP é também estratégia de posicionamento de marca, fortalecimento de vínculos e geração de valor compartilhado. Independentemente do tamanho, toda empresa pode (e deve) fazer parte dessa transformação.

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